segunda-feira, 20 de junho de 2016

Personalidade Histórica: Maria Quitéria

                Na história do nosso país também existiram mulheres a frente de seu tempo. Um grande exemplo foi Maria Quitéria de Jesus Medeiros, nascida em Feira de Santana, na Bahia, em 1792. Foi uma heroína da Guerra da Independência, considerada a primeira mulher a fazer parte das Forças Armadas Brasileiras e também a primeira a entrar em combate.
                Era filha do fazendeiro Gonçalo Alves de Almeida e Joana Maria de Jesus, a qual morreu quando ela tinha dez anos. Maria Quitéria então assumiu a casa e cuidou dos irmãos. Seu pai casou novamente e logo ficou viúvo, casou mais uma vez e esta última não aceitava o comportamento independente da enteada. Não frequentou a escola, tinha prática em manejar armas de fogo, caçar. Quando começaram as lutas de apoio a Independência em 1822, o Conselho Interino do Governo da Bahia defendia o movimento e procurava voluntários. Maria queria se inscrever, mas era necessária a autorização de seu pai, o qual não concordou. Com o apoio de sua irmã Tereza Maria e seu cunhado José Cordeiro de Medeiros, Quitéria cortou seu cabelo e se alistou como homem, "o soldado Medeiros", no batalhão dos Voluntários do Príncipe. O batalhão era comandado pelo major Silva Castro, avô do poeta Castro Alves.
               Depois de duas semanas, seu pai descobriu, porém a essa altura, o major José Antônio da Silva Castro não permitiu que ela fosse desligada, pois ela já era conhecida por sua disciplina e sua grande habilidade com as armas. Participou de vários combates, entre eles da defesa da Ilha da Maré, da Pituba, Barra do Paraguaçu e Itapuã.
               Em 02 de julho de 1823, quando o exército entrou na cidade de Salvador, Maria Quitéria foi saudada e homenageada pelo povo. Tornou-se um exemplo de bravura nos campos e foi promovida a cadete. Foi condecorada no Rio de Janeiro, com a Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul, em uma audiência especial, onde recebeu a medalha das mãos do próprio Dom Pedro I.
                Ela foi reformada, com o soldo de alferes e recebeu uma carta do Imperador encaminhada a seu pai, onde pedia perdão por sua desobediência. O pai a perdoou, e ela se casou com o antigo namorado Gabriel Pereira de Brito e teve uma filha, Luisa Maria da Conceição. Quando viúva, se mudou com a filha para Salvador. Faleceu em 21 de agosto de 1853, quase cega e no anonimato.
               Em 1996, o Exército atribuiu-lhe o título de Patrona, do Quadro Complementar de Oficiais. Alguns a comparam com Joana D'arc. É até hoje um dos maiores símbolos da emancipação feminina brasileira.

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