segunda-feira, 6 de junho de 2016

O efeito dominó de Odebrecht

               A delação de Marcelo Odebrecht, herdeiro da construtora, que foi condenado a 19 anos e 4 meses de prisão por corrupção, lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa, é notícia em todos os lugares....Muitos devem estar sofrendo de ataques de pânico, insônia, falta de apetite, sintomas normais de quem está com a corda no pescoço! O que se espera é um efeito dominó, que vá derrubar peças de praticamente todos os partidos políticos. Uma reportagem da revista Isto É mostra que sua delação pode atingir  até a presidente Dilma Roussef, que até agora estava praticamente de fora, só existia um pedido para investigar sua eventual tentativa de obstruir a Justiça e atrapalhar a condução da tão famosa operação.
              Ainda segundo a revista, o empresário já teria dito que a presidente exigiu R$ 12 milhões para a campanha eleitoral de 2014, durante um encontro privado entre eles, logo após o primeiro turno. Se essa acusação for confirmada, configura crime de caixa 2. Nessa mesma eleição, 15 partidos receberam doações da empreiteira.

             Um dia após a Odebrecht informar suas intenções de formalizar uma delação, vazou uma lista com nomes de quase 300 políticos, de 22 partidos, ligados à construtora. Após o vazamento o juiz Sérgio Moro, decretou o sigilo da mesma, a qual não especificava se a relação entre esses políticos e a construtora era ilícita...
              A construtora atua no exterior desde os anos 70. É responsável pelas maiores obras do país, construiu a sede da Petrobrás em 1969. Depois de o PT ter assumido o governo, expandiu suas atividades para países africanos e da América latina. O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que também já fechou uma delação premiada, se refere a Odebrecht, em um de seus áudios vazados como "o dono do Brasil", tamanha sua influência e poder.Também nos áudios de Machado (que já levaram até a queda de dois ministros do governo interino), o ex-presidente José Sarney menciona Dilma em possível irregularidade com a empreiteira e ainda insinua que irão proteger o também ex-presidente Lula e "sacrificar" Dilma.
             Executivos da Odebrecht também citam  Antônio Palocci e Guido Mantega em suas delações. Os dois foram Ministros da Fazenda nos governos Lula e Dilma, respectivamente. A Polícia Federal e o Ministério Público ainda tem um longo trabalho pela frente, mas o que mais me chama a atenção é, se realmente essas alegações forem verdade, como controlar a corrupção no Brasil, se até o líder máximo do país pode estar envolvido? Como cobrar, se os que se encontram no topo da política e deveriam dar o exemplo, supostamente foram os que mais se beneficiaram? Uma coisa não tem como negar, existe uma corrupção sistêmica no nosso país, e a conta como sempre fica para o povo pagar...São cerca de 11 milhões de desempregados, a saúde sem a menor estrutura, médicos e medicamentos nos hospitais e postos de saúde, e a educação não tem nem o que falar, afinal para falar precisamos ter educação, e a nossa está internada na UTI, até agora sem nenhum sinal de melhora...

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