terça-feira, 26 de dezembro de 2017

Personalidade Histórica: Maria Antonieta

                  Ela é lembrada por seus excessos e extravagâncias. Viveu em um período em que as idéias revolucionárias começavam a tomar conta do mundo, e os reis e rainhas começavam a deixar de serem vistos como deuses. Maria Antonia Josepha Johanna von Habsburg-Lothringen, mais conhecida por todos nós como Maria Antonieta, nasceu em Viena, na Áustria, em 02 de novembro de 1755. Foi arquiduquesa da Áustria e Rainha Consorte de França e Navarra. Era filha de Francisco I do Sacro Império Romano Germânico e da Imperatriz Maria Teresa.
                 França e Áustria viviam em conflito há muito tempo,  então para formar uma aliança, sua mãe Maria Tereza arranjou seu casamento com seu primo Luis Augusto de Bourbon, o futuro rei da França. Assim, em 1770, aos quatorze anos foi realizado seu casamento. Praticamente uma criança, em um país diferente do seu, e desprezada por grande parte da população por sua nacionalidade, apesar de todo luxo, sua vida em muitos momentos deve ter sido um verdadeiro inferno!
                    Uma das grandes curiosidades, é que seu casamento demorou um longo tempo para ser consumado. Sua mãe, temendo ver seus planos frustrados, chegou a mandar um nobre, o Conde de Mercy-Argenteau, para tentar resolver a situação e lhe enviar os detalhes. Trocava muitas cartas com a filha a cobrando de sua situação, e dizem que no final até ofendia a filha por não despertar paixão em seu marido e assegurar sua posição como futura rainha. O rei Luis XV, exibia publicamente sua amante  Madame du Barry, coisa que Maria Antonieta desprezava e sequer dirigia a palavra a ela (apesar das ordens de sua mãe, pois isso a afastava do soberano). Depois de muita insistência ela trocou uma frase com a Madame, o que apaziguou um pouco as coisas.
                    Em 1774 o rei Luis XV faleceu, sendo coroado seu filho, passando a ser chamado Luis XVI. A antiga nobreza desprezava e criticava a nova rainha. Uma adolescente contrariada e com muita riqueza disponível era a receita perfeita para um desastre. Em 1775 conheceu Yolande de Polignac, a qual se tornou sua melhor amiga. Esbanjava em luxo e festas, talvez para se distrair de suas frustrações, ou por futilidade mesmo....
                 Ganhou de seu marido o palácio Petit Trianon, que se tornou seu pequeno refúgio. A França contudo vinha mergulhando gradativamente em dívidas, por sua participação em guerras e revoluções e por seus gastos desmedidos por parte de sua corte. Em 19 de dezembro de 1778, Maria Antonieta deu a luz a uma menina, Maria Teresa Carlota. Quando a restauração do Petit Trianon ficou pronta, a rainha se mudou para lá. Sua amizade com Yolande se tornou mais forte, e a rainha agraciava ela e sua família com grandes títulos e honrarias, o que gerou muita contrariedade.
                Em 22 de outubro de 1781, Maria Antonieta deu a luz a um menino, o futuro herdeiro, Luis José. Sendo manipulada por muitos, sua família a convenceu a tentar apoio junto ao rei para os interesses austríacos, na partição do Império Otomano. Em sua aproximação ao rei, ela engravidou novamente, mas sofreu um aborto, que a levou a uma fase de grande depressão. Nesse período a duquesa de Polignac conseguiu com que a rainha nomeasse para o cargo de controlador- geral de finanças Charles Alexandre de Callone, que com sua incompetência acabou por afundar a França. Em 25 de março de 1785 nasceu o terceiro filho, Luis Carlos.
                O rei caiu em uma profunda depressão, e Maria Antonieta se viu obrigada a tratar dos assuntos de Estado, e ao contrário do que pensavam seus críticos, sua política foi totalmente voltada para a França, deixando a Áustria de lado. O novo ministro das finanças, Loménie de Brienne a aconselhou a fazer grandes cortes nas despesas, o que não melhorou sua popularidade, mas afastou "seus amigos". A popularidade do casal real decaia cada vez mais, e o Duque de Orleans, primo do rei começou a instigar a população contra eles também. E para piorar o filho mais velho dos reis contraiu tuberculose, o que o levou a morte em 04 de junho de 1789. Em junho e julho do mesmo ano a situação começou a sair do controle, quando a Assembleia Nacional passou a exigir mais direitos que o rei tentava frear e reprimir o poder do Terceiro Estado. Em 14 de julho houve a tomada da Bastilha (que se tornou o símbolo da Revolução Francesa). Em 06 de outubro a família real foi alojada no Palácio de Tulherias e mantida sob vigilância. Em 1791, o casal real tentou fugir para a Áustria, mas foram presos e levados de volta a Paris. A rainha foi julgada e condenada a guilhotina em praça pública. Foi executada em 16 de outubro de 1793. É atribuída a ela a frase "se não tem pão, que comam brioches", quando o povo faminto clamava por comida, nunca tendo sido confirmada tal citação. Foi feito um filme sobre sua vida em 2006 pela diretora Sofia Coppola e protagonizado por Kirsten Dunst. Com certeza uma figura controversa, uma menina brincando de rainha de uma das maiores nações de sua época, mas que marcou seu nome na história.

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