segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Psicopatas da Vida Real: Andrei Chikatilo

                  Ele está entre os maiores e mais bárbaros serial killers de que se tem notícia. Já houve filmes, documentários e livros baseados em sua história. Andrei Romanovich Chikatilo nasceu em uma pequena vila ucraniana em 1936, em um país devastado pela fome (o "homolodor"que quer dizer deixar morrer de fome, foi o período entre 1931 e 1933, no qual milhões de ucranianos morreram de fome por conta da produção ser praticamente toda tomada pelos comunistas, e houve muitos casos de canibalismo documentados por sobreviventes), e que logo sofreria também as consequências da Segunda Guerra Mundial. O próprio Andrei era assombrado por histórias de sua mãe, sobre seu irmão Stepan de dez anos, que teria sido morto e devorado durante esse período de grande fome.
                  Chikatilo era considerado um jovem atraente, porém tinha muitos problemas, de auto-estima, e sofria de impotência sexual. No início esses fatores o impulsionaram a se dedicar aos estudos, tornando-se um homem muito culto, que teve grande influência no Partido Comunista. Apesar de seus problemas de ordem sexual, ele se casou e teve dois filhos. Em 1971 começou a lecionar em uma escola para rapazes, onde se tornou alvo de brincadeiras dos alunos, e onde aparentemente molestou alguns garotos. Porém, ao matar uma garota em 1978, ele descobriu o pleno prazer sexual, o que teria consequências devastadoras. A partir de então, ao longo de dez anos, foram encontrados corpos mutilados ao longo das florestas em volta de Rostov-on Don, uma cidade russa, distante cerca de mil quilômetros de Moscou.
                    Sua primeira vítima foi Lena Zakotnova, de nove anos. Uma testemunha chegou a identificar Chikatilo, porém sua esposa forneceu um álibi, e um ex-condenado por estupro acabou preso, e torturado confessou o crime. O ápice de sua matança foi em 1984, onde calcula-se que matou cerca de quinze pessoas. Nesse ano foi detido e interrogado, mas liberado por falta de provas. Como ainda não existiam os exames de DNA, ele conseguiu escapar das provas frágeis, que não conseguiam ligá-lo aos assassinatos. A polícia recorreu a exames de amostras de sangue, especialistas forenses e psiquiátricos, mas nada parecia surtir o efeito desejado... O perfil traçado do assassino que procuravam era um homem narcisista, heterossexual, inteligente, que cegava as vítimas para não vê-lo e que praticava necrofilia e canibalismo.
                   Sem conseguir êxito nas investigações, a polícia passou a espreitar as estações de trem e metrô, até colocando policiais femininas de isca, mas novamente sem sucesso. Até que foi encontrado um bilhete de trem junto a um dos corpos, e o vendedor fez uma descrição de Chikatilo como acompanhante do garoto. Ele então foi mais uma vez levado para interrogatório e em uma revista em sua mala, foram encontrados corda, vaselina e uma faca. Em revista a seu apartamento foram encontradas mais armas e provas.
                   A polícia conseguiu ligá-lo a apenas 36 crimes, mas ele detalhou mais de 53 assassinatos. Ficou conhecido como "O Açougueiro de Rostov". Entre as obras baseadas em seus crimes, encontramos o livro "44 Child", de Tom Rob Smith, que inspirou o filme de mesmo nome, traduzido no Brasil como "Crimes Ocultos". O filme "Evilenko", de 2004, traz um excelente Malcom McDowell no papel do assassino em série (ainda me lembro do olhar dele no final do filme! Sinistro!). Na vida real, quando preso, Chikatilo tentou alegar insanidade, mas não teve sucesso. No fim, se descrevia como um erro da natureza, um tipo de besta. Foi executado em 1994.



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