Joaquim Maria Machado de Assis, nasceu no Rio de Janeiro, em 21 de junho de 1839. Ele escreveu praticamente tudo: romances, poesias, peças, para jornais e era crítico literário. Foi o fundador da Academia Brasileira de Letras, e ocupou vários cargos no governo, até no Ministério da Agricultura. Mas a vida não foi sempre rosas, ele nasceu pobre, era neto de escravos alforriados, cresceu no Morro do Livramento e trabalhou desde cedo para ajudar a família. Sua mente brilhante foi a causa de sua ascensão.
Por sua origem humilde, ele mal frequentou a escola, e nunca cursou uma universidade. Podemos dizer que foi um autodidata. Aos quatorze anos era órfão, e até sua irmã faleceu. Aos 16 anos conseguiu emprego como aprendiz numa tipografia e publicou seus primeiros versos no jornal A Marmota. Aos 17 anos foi contratado pela Imprensa Nacional, onde conseguiu um patrono Manuel Antônio de Almeida. Aos 21 anos já era uma figura conhecida e foi convidado por Quintino Bocaiuva para trabalhar como repórter no Diário do Rio de Janeiro. Em 1869 casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, contra a vontade dos pais da noiva, mas a união durou 35 anos. Não tiveram filhos.
Na década de 1870 começou com poemas e contos, que o consagraram como escritor. A partir de 1872 começou a escrever romances como Ressurreição (1872), A Mão e a Luva (1874) Iaiá Garcia (1878).
Mas foi na década de 1880 que veio sua revolução literária, introduzindo o Realismo no Brasil. Primeiro com Memórias Póstumas de Brás Cubas (meu favorito, sem sobra de dúvidas), não tinha como as pessoas esquecerem de um "narrador defunto" e a dedicatória: " Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas". O livro ganhou uma versão para o cinema, com Petrônio Gontijo e Reginaldo Faria interpretando o protagonista.
Outra obra de grande destaque foi Dom Casmurro, onde o protagonista Bentinho se vê consumido pelo ciúme de sua amada Capitu, acabando sozinho e remoendo eternamente o passado. Com passagens memoráveis como se referindo a Capitu com "olhos de cigana oblíqua e dissimulada, olhos de ressaca". Ganhou uma adaptação para o cinema no filme Dom , mas passando a história nos dias atuais. Machado faleceu em 29 de setembro de 1908, também no Rio de Janeiro. Sua grande obra e contribuição para a arte literária brasileira jamais serão esquecidos. Para quem leu por obrigação na escola, leia agora, com certeza você verá com outros olhos e será um eterno fã de sua obra.
OBRAS:
COLETÂNEA DE POESIAS:
- Criálidas (1864)
- Falenas (1870
- Americanas (1875)
- Ocidentais (1881)
- Poesia Completa (1901)
ROMANCES:
- Ressurreição (1872)
- A Mão e a Luva (1874)
- Helena (1876)
- Iaiá Garcia (1878)
- Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
- O Alienista (1882)
- Casa Velha (1885)
- Quincas Borba (1891)
- Dom Casmurro (1899)
- Esaú e Jacó (1904)
- Memorial de Aires (1908)
COLETÂNEA DE CONTOS:
- Contos Fluminenses (1870)
- Histórias da Meia Noite (1873)
- Papéis Avulsos (1883)
- Histórias Sem Data (1884)
- Várias Histórias (1896)
- Páginas Recolhidas (1899)
- Relíquias da Casa Velha (1906)
CONTOS SELECIONADOS:
- A Cartmante
- Miss Dolar
- Teoria do Medalhão
- A Chinela Turca
- Na Arca
- D. Benedita
- O Segredo do Bonzo
- O Anel de Polícrates
- O Empréstimo
- A Sereníssima República
- O Espelho
- Um Capricho
- Brincar Com Fogo
- Uma Visita de Alcibiades
- Verba Testamentária
- Noite de Almirante
- Um Homem Célebre
- Contos de Escola
- Uns Braços
- O Enfermeiro
- Trio em Lá Menor
- O Caso da Vara
- Missa do Galo
- Almas Agradecidas
- A Igreja do Diabo
PEÇAS DE TEATRO:
- Hoje Avental, Amanhã Luva (1860)
- Desencantos (1861)
- O Caminho da Porta (1863)
- O Protocolo (1863)
- Quase Ministro (1864)
- As Forças Caudinas (1865)
- Os Deuses da Casaca (1866)
- Tu, só tu, puro amor (1880)
- Não Consultes Médico (1896)
- Lição de Botânica (1906)
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