Henrique tinha algumas obsessões, e gerar um herdeiro masculino, era uma delas. Dos cinco filhos que teve com Catarina, somente Mary sobreviveu aos primeiros anos. Após muito tempo sem realizar seu desejo, ele toma a resolução de buscar um novo matrimônio. E ele já tinha uma pretendente, Ana Bolena (sobre a qual já escrevi), que mais ousada que sua irmã, não se contentaria em ser simplesmente amante do rei por um tempo (sim, ele teve muitas!), ela queria a coroa! Após várias tentativas infrutíferas de conseguir a anulação de seu casamento com Catarina, inclusive citando passagens da bíblia, de que não tinha um filho homem, porque " estava se deitando com a mulher de seu irmão" (se já existisse o estudo da genética como hoje, algumas de suas esposas pudessem se safar!), um processo mais do que vexatório para Catarina defender que seu primeiro casamento não foi consumado, a ambição de realizar seu novo casamento era tamanha que ele rompe com a Igreja Católica (além de ver a possibilidade de imensos confiscos, pois segundo vários historiadores, ele vivia como um astro de rock!) e se torna chefe da Igreja Anglicana.
A paixão avassaladora de Henrique por Ana no entanto,não resistiu ao fato de ela não conseguir dar o tão sonhado herdeiro ao monarca. Ela deu a luz a uma filha, Elizabeth (que acabou se tornando rainha), e sofreu alguns abortos. Henrique contrariado, e com uma horda de seguidores dispostos a tudo, acusou a esposa de adultério com vários homens, inclusive com o próprio irmão, e ela foi então condenada a morte, em 1536. Mal o corpo da falecida esfriou, ele se casa então com Jane Seymour, que lhe deu o tão sonhado herdeiro homem, mas faleceu ao dar a luz.
Alguns de seus aliados então o convenceram a uma aliança com os protestantes alemães, o que deu origem ao seu quarto casamento com Ana de Cléves, filha do duque de Flandres. A união não foi bem sucedida e durou cerca de um ano, sem deixar para trás nenhum herdeiro, sendo anulada. Algumas fontes indicaram que os dois permaneceram amigos.
Ele então parte mais uma vez em busca de um matrimônio, dessa vez sendo a escolhida Catherine Howard, de dezessete anos, sobrinha do duque de Norfolk. Outro casamento que não durou muito, assim como Ana Bolena, Catherine foi acusada de adultério e decapitada (esta porém confessou). Mas ele não havia desistido...
Aos cinquenta anos, Henrique se casa pela sexta e última vez, com Catherine Parr, uma jovem viúva que tinha um bom relacionamento com a prole do rei. Em 1541, Henrique é declarado rei da Irlanda, seus últimos anos de reinado foram considerados tranquilos. Em 1547, morre vítima de uma grave infecção, no Palácio de Whitehall.
Seu reinado foi marcado por grandes disputas com a Espanha e França, além das grandes reviravoltas com a Igreja Católica. Foi muito amigo do escritor Thomas More, que chegou a ser seu chanceler (porém o condenou a morte também!). Muitas obras são dedicadas a ele, como o livro VIII,de H.M. Castor; As Seis Mulheres de Henrique, de Antonia Fraser; Autobiografia de Henrique VIII, de Margaret George; a trilogia da renomada escritora Hilary Mantel, iniciada com o livro Wolf Hall, mas nessa trilogia a história é contada pela visão de Thomas Cronwell. Entre os filmes encontramos Os Amores de Henrique, de 1933; O Homem que não vendeu sua alma, de 1966; A Outra, de 2008, além das séries The Tudors e Wolf Hall.
Mas na maioria das obras, Henrique é mostrado como um homem crédulo, facilmente manipulado, pelo seu imenso orgulho. Na minha singela opinião, ele que era o mestre da manipulação, e jogava xadrez com aqueles que pensavam que estavam se dando bem....Lutou tanto por um herdeiro homem, o qual reinou por tão pouco tempo. Quem fez a estrela da Inglaterra brilhar, foi Elizabeth, a filha da mulher que ele tanto amou e desprezou: Ana Bolena!
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